Pessoal!
Na nossa última reunião percebi a imensidade de dados que temos coletado ultimamente: fotografias, anúncios de jornais, entrevistas, inventários.... É claro que é preciso organizar tudo isso. No entanto, por enquanto,olho algumas dessas coisas e não entendo. Os inventários, por exemplo: por que só encontramos nomes de origem portuguesa? Os alemães, ingleses, franceses e todos os outros, bem como seus descendentes nascidos brasileiros, não tinham bens? Não morriam? Por que não encontramos seus inventários? Por que não os encontramos nos livros de décimas? Mas este não-entender me deslumbra. É como disse Clarice Lispector:
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Bia.